quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

DEPOIMENTO DE LINDEMBERG ALVES FERNANDES - PRINCÍPIO DA VERDADE REAL

FALSO, FRIO, MENTIROSO CALCULISTA E DISSIMULADO. ESTE É O RETRATO QUE VISLUMBRO DE LINDEMBERG ALVES FERNANDES, ASSASSINO DA JOVEM ADOLESCENTE DE 15 ANOS DE IDADE
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/02/15/lindemberg-diz-que-estava-armado-porque-recebia-ameacas-e-ficou-apavorado-com-a-chegada-da-policia.htm
Orientado pela sua defensora, Lindemberg respondeu às perguntas formuladas, de forma milimetrica e comedida. Se no passado riu da família de Eloá, depois de tomar conhecimento da posição da mãe da vítima, a qual havia declarado que não o perdoaria por conta da sua ironia, mostrou-se arrependido, pediu perdão a mãe de Eloá,  confessou-se arrependido e disse até que entendia a sua dor.
Ao tentar justificar  a razão de estar portando uma arma, alegou que havia sido ameaçado por telefone e que a arma comprada por R$ 700,00, era uma garantia para a sua segurança. Alegou haver sacado a arma porque Eloá estava gritando com ele mentindo, negando que tinha ficado com o Vítor.
Lindemberg manteve os amigos de Eloá reféns de seu desequilíbrio emocional e só depois permitiu a saída dos jovens. Entretanto, alega que os jovens se recusaram a sair.
Lindemberg chegou a dizer que conversaram no apartamento, ouviram música e só não sairam do apartamento temendo a reação da polícia. Em alguns momentos levaram aquela situação como se fosse uma brincadeira. Quando a polícia invadiu o apartamento, a vítima fez menção de levantar e numa ação impensada atirou, não lembrando se havia atirado na amiga de Eloá.
Se é dessa forma, será que a juiza vai inocentar o Lindemberg e prender os policiais?
Os momentos dramáticos vividos pela jovem Eloá, pela família e pela sociedade, que acompanhou todo o desenrolar daquela tragédia, não foram apagados. As reportagens os vídeos, as publicações, revelam a cena real da tragédia e de forma alguma se assemelha à cena teatral descrita pelo criminoso.
Será que o alegado por Lindemberg tem haver com o tal princípio da verdade real, alegado por sua defensora? A advogada do criminoso de forma deselegante, chegou a mandar, ou sugerir que a magistrada voltasse a estudar.
A doutrina clássica sustenta que o processo penal busca, por intermédio da prova, a "verdade real". De outro lado, temos os que sustentam que o que se chega no processo é a verdade formal.Segundo CARNELLUTTI em seu artigo Verità, dubio e certezza, a partir de HEIDEGER, afirmou que a verdade está no todo, e o todo é demais para nós, humano.
Na concepção de Rogério Lauria Tucci (1978:91), acerca da procura da verdade: "Tenha-se presente, para logo, na consecução de tal mister, que, como correntemente asseverado, a verdade, de modo absoluto, objetivamente considerada, não pertence ao homem, mas, tão só, a Deus.
Para Luigi Ferrajoli ... pode-se dar acolhida ao fato de afigurar-se impossível formular um critério seguro de verdade acerca de uma tese jurídica, visto que a verdade "certa", "objetiva" ou "absoluta" representa sempre expressão de um ideal inalcançável. Pensar-se o contrário, acrescenta o pensador italiano, ou seja, que se pode de fato, na seara do conhecimento humano, "conseguir e aseverar" uma verdade objetiva ou absolutamente certa é, na realidade, uma ingenuidade epistemológica..
"...No processo penal, a verdade real ou material, antes de ser um dogma, é um mito; a limitação e a falibilidade, características inerentes à condição humana dos operadores jurídico-processuais, impossibilitam o atingimento, no processo, ou mesmo em qualquer outra seara do conhecimento, da verdade absoluta, pura ou ontológica, a qual pertence, única e tão-somente, a Deus".
Após quatro dias de julgamento, a justiça de Santo André, condenou Lindemberg Alves Fernandes.
A promotora Daniela fez uma exposição a respeito da conduta de Lindemberg, durante o cárcere privado mais longo que se tem notícia no estado de São Paulo, Ela garantiu que Lindemberg tinha em mente o que ia fazer aquele dia no apartamento da jovem Eloá. Ele premeditou o crime
A promotora Daniela disse aos sete jurados que Lindemberg foi "frio, manipulador" e atirou com a intenção de matar Eloá. A promotora leu trechos dos laudos da Polícia Civil sobre o crime e transcrições de conversas que o réu teve com os policiais, tentando provar que Lindemberg mentiu durante seu depoimento ontem. Daniela Hashimoto também exibiu um vídeo retratando o comportamento agressivo de Lindemberg Alves.
Durante uma hora e meia, entre 11h36 e 13h06, a defesa de Lindemberg exibiu cerca de 15 vídeos jornalísticos que retratam a cobertura da imprensa e também a invasão da Polícia Militar ao apartamento onde a Eloá foi mantida refém por cinco dias, entre 13 e 17 de outubro de 2008
O jurado que condenou Lindemberg era composto por seis homens e uma mulher. Os jurados reconheceram todos os crimes. Lindemberg Alves Fernandes. Ele foi condenado a 98 anos e 10 meses de prisão nesta quinta-feira pela morte de Eloá Pimentel, em 2008 e outros crimes. A sentença foi proferida pela juíza Milena Dias.
Veja trechos do depoimento de Lindemberg no  link http://www.dgabc.com.br/News/5941921/lindemberg-pedeperdao-a-familia-de-eloa.aspx

Lindemberg Alves Fernandes, acusado de matar Eloá Pimentel em outubro de 2008, após mantê-la refém por cerca de 100 horas dentro do apartamento da vítima, em Santo André, fala ao Tribunal do Júri desde as 14h15 desta quarta-feira. Acompanhe aqui algumas das declarações do acusado, segundo o twitter do Tribunal de Justiça de São Paulo:

"Quero pedir perdão para a mãe dela (Eloá) em público, pois eu entendo a sua dor";

"Estava armado, pois dias antes recebi ameaças de morte pelo telefone. Era para garantir minha segurança";

"Puxei a arma para Eloá quando ela começou a gritar comigo, mentindo que ela não tinha ficado com o Victor";

"Mandei os três saírem do apartamento, pois eu queria conversar com ela sozinha. Mas eles se recusaram";

"Estou aqui para falar a verdade, afinal tenho uma dívida muito grande com a família dela";

"Quando a polícia chegou, fiquei apavorado. Não sabia o que fazer";

"Procurávamos nos distrair durante o tempo que ficamos no apartamento. Ouvíamos música e conversávamos bastante";

"Só não saímos pois tínhamos medo da reação da polícia";

"Infelizmente foi uma vida que se foi, mas em alguns momentos levamos aquela situação como se fosse uma brincadeira";

"Quando a polícia invadiu, a Eloá fez menção de levantar e eu, sem pensar, atirei. Foi tudo muito rápido";

"Não posso dizer se atirei ou não na Nayara. Eu não me lembro";

"Eu estava muito nervoso e tomei atitudes impensadas. Atirei para o chão para manter a polícia longe do apartamento";

"Pela dor da família. Eles são as vítimas. Se estou encarcerado, estou pagando por algo que eu fiz", respondeu Lindemberg quando perguntado sobre a garantia de estar falando a verdade;

"Eu não vim aqui para dar show, para comover ninguém".

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